Se você trabalha com topografia, sabe o quanto um bom receptor GNSS pode facilitar (ou complicar) o dia no campo. Eu trabalho com levantamentos topográficos há mais de 10 anos, e nos últimos meses tive a oportunidade de usar dois equipamentos que têm chamado bastante atenção: o Emlid Reach RS2 e o mais novo Reach RS3.
Testei os dois em diferentes condições: áreas abertas, terrenos com inclinação, zonas urbanas e até sob vegetação. Neste artigo, compartilho minha experiência real — o que funcionou bem, o que deixou a desejar e o que de fato pode fazer diferença na sua escolha.
🔍 Começando pelo Emlid RS2: sólido, confiável e direto ao ponto
O Emlid RS2 é um GNSS RTK multi-frequência que entrega precisão centimétrica com um tempo de fix bem rápido. Em média, consegui fixar sinal em 5 a 7 segundos, mesmo em dias mais nublados.
Ele trabalha com GPS, GLONASS, Galileo e BeiDou, e tem uma autonomia absurda: já fiquei com ele mais de 20 horas ligado sem precisar recarregar. A comunicação é via Wi-Fi, Bluetooth e LoRa (no modo base-rover), o que pra mim foi suficiente para a maioria dos usos.
O aplicativo Emlid Flow é bem intuitivo. Mesmo quem não é tão familiar com esse tipo de interface consegue se virar. Durante levantamentos simples, como perímetros de terreno e apoio de obras, o RS2 se mostrou estável, leve e eficiente.
Limitação: ele exige a haste perfeitamente na vertical, o que em alguns pontos mais difíceis pode dar trabalho.
⚙️ Agora o Emlid RS3: uma evolução real — especialmente na inclinação
O Reach RS3 mantém tudo o que o RS2 tem de bom, mas com um diferencial que muda o jogo: Tilt compensation. Isso significa que você não precisa deixar a haste 100% vertical para coletar um ponto com precisão.
No início eu fiquei desconfiado, mas testando lado a lado, medi um ponto inclinado com o RS3 e comparei com o mesmo ponto medido no RS2 com bolha. A diferença foi de menos de 1 cm, o que é excelente para medições em campo real.
Além disso, o RS3 tem um IMU integrado, que deixa a coleta de dados muito mais rápida, especialmente em áreas com desnível ou vegetação baixa. A fixação do RTK é até um pouco mais rápida que no RS2, especialmente em ambientes urbanos.
A autonomia continua excelente (também mais de 20h) e o peso é praticamente o mesmo.
⚖️ E como eles se comparam aos gigantes como Trimble ou Leica?
Eu também já trabalhei com Trimble R10, Leica GS14 e Topcon HiPer, e a verdade é: o Emlid entrega praticamente a mesma precisão, mas com menos recursos “de luxo”.
Os modelos top de linha dessas marcas têm integração com software corporativo, fluxo de trabalho mais completo e suporte técnico mais próximo — o que importa se você está em grandes contratos.
Mas se você é autônomo, trabalha com equipe enxuta ou quer um equipamento confiável por um terço do preço, o RS2 e RS3 são mais do que suficientes.
🧭 Então, qual vale mais a pena?
- O RS2 é uma excelente escolha se você quer um GNSS completo, estável e com ótimo custo-benefício. Ele faz o básico muito bem.
- O RS3, por outro lado, vale cada centavo a mais se você trabalha em terrenos inclinados, áreas urbanas ou precisa de agilidade. A compensação de inclinação faz muita diferença na prática.
📌 Conclusão pessoal
Depois de usar os dois no campo, minha impressão é clara: o RS2 ainda é uma máquina confiável, mas o RS3 entrega uma experiência mais fluida, moderna e eficiente, principalmente em situações que antes demandavam mais tempo e ajustes manuais.
Se você está em dúvida, pense no tipo de serviço que você executa. Se o seu foco são levantamentos simples e você busca economia, vá de RS2. Mas se sua rotina envolve agilidade, ambientes complicados ou alta demanda, o RS3 vai te poupar muito tempo — e tempo em campo é dinheiro.
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Renato Silveira é engenheiro cartógrafo e topógrafo com mais de 15 anos de experiência no setor. Graduado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e com especialização em Geotecnologias pela Universidade de São Paulo (USP), Renato dedicou sua carreira ao estudo e aplicação de técnicas avançadas de mapeamento, georreferenciamento e tecnologia na topografia. Apaixonado por ensinar, Renato escreve artigos que descomplicam conceitos complexos e oferecem insights práticos para topógrafos, engenheiros e entusiastas da área. Seu objetivo é ajudar profissionais a alcançar excelência técnica e se manterem atualizados com as tendências do mercado.