Estação Total Leica: Já são mais de 12 anos trabalhando com topografia, e nesse tempo eu já vi de tudo: receptor perdendo sinal em plena medição, estação travando no meio da locação, tela queimando no sol do interior e bateria morrendo no meio da picada. Por isso, quando alguém me pergunta qual estação total “vale a pena”, minha resposta não vem com base em ficha técnica: vem do campo.
E se tem uma marca que me surpreendeu de verdade foi a Leica. Não porque tem o marketing mais barulhento, mas porque ela aguenta o tranco quando a gente mais precisa.
🔩 Estação Total Leica: Durabilidade que se prova no tempo (e no tranco)
Usei a Leica TS06 Plus por quatro anos seguidos, em todo tipo de situação: mineração, rodovia, loteamento no barro, área de mata, zona urbana com vibração pesada. A estação já caiu do tripé, já foi guardada com pressa no porta-malas e chegou a tomar chuva sem capa. E continuou funcionando.
Não tô dizendo que é indestrutível — claro que cuidei dela. Mas nenhum outro equipamento que eu usei, nem mesmo de marcas grandes como Topcon ou Sokkia, entregou esse nível de resistência real no uso bruto de campo.
☔ Já tomou chuva com estação no braço? Então você me entende.
Uma das piores sensações é estar no meio de uma medição e ver a chuva fechando. Com a Leica, aprendi a não me desesperar. A vedação do corpo realmente funciona. Já terminei levantamento com garoa fina sem capa de proteção e os botões responderam normalmente. A tela não apagou, o laser continuou estável e, mais importante, nenhum dado se perdeu.
Outros equipamentos que já usei (não vou citar nomes pra não parecer implicância) já travaram só com a umidade batendo.
🎯 Precisão que não te obriga a refazer serviço
Quando falo que a Leica é precisa, não estou só repetindo o que está no manual. Estou falando de serviço entregue. Já fiz implantação de estacas com tolerância de milímetros e não precisei revisar no dia seguinte. Já coletei apoio para aerolevantamento que passou direto no controle de qualidade.
É o tipo de confiança que vem com calibração estável, software coerente e mecânica de alto nível. A leitura contínua de ângulo é firme e o retorno do distanciômetro, mesmo em distâncias maiores ou sob sol forte, continua consistente.
🔋 Estação Total Leica: Autonomia real, não só de catálogo
Bateria de estação é outra história. Tem marca que promete 12h e entrega 6 com sorte. A Leica me deu tranquilamente 10 horas de campo pesado, com laser direto, movimentação constante e uso de interface. Carregamento é rápido, e a durabilidade da bateria ao longo do tempo também me impressionou. Usei a mesma por mais de dois anos antes de sentir necessidade de trocar.
📱 Interface direta: menos clique, mais medição
Nos modelos mais simples, como a FlexLine, o sistema é simples. Pra quem vem da “velha guarda” das estações manuais, o aprendizado é quase zero. Os menus são objetivos, o acesso às funções básicas é rápido e, pra quem trabalha em ritmo acelerado, isso conta muito.
Nos modelos mais avançados, como a TS16 ou TS60, com Captivate, você já entra numa pegada mais integrada com BIM, nuvem, coleta automatizada e até controle remoto via controladora. Mas aí também muda o jogo: é pra quem já tá operando em outro nível de projeto.
🔧 Manutenção e suporte
Nem tudo são flores. O suporte técnico da Leica no Brasil varia bastante de região para região. Em São Paulo, por exemplo, tive bom atendimento. Já em estados menores, o suporte pode demorar. Em compensação, a frequência com que precisei disso foi baixíssima.
📌 Reflexão final spbre Estação Total Leica:
Se você me perguntar: “vale a pena pagar mais por uma Leica?”, eu respondo sem rodeio: depende da sua realidade de campo.
Se você trabalha em obra pesada, em locais remotos, ou com pouca margem para erro e retrabalho — vale, e muito. Ela entrega confiabilidade que outras estações mais baratas não conseguem manter por tanto tempo.
Agora, se sua operação é menor, em ambientes controlados, e você tem acesso fácil a manutenção e peças, talvez uma opção intermediária te atenda. Mas a Leica, quando você precisa de precisão aliada à resistência, segue sendo a estação que mais me passou confiança.

Renato Silveira é engenheiro cartógrafo e topógrafo com mais de 15 anos de experiência no setor. Graduado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e com especialização em Geotecnologias pela Universidade de São Paulo (USP), Renato dedicou sua carreira ao estudo e aplicação de técnicas avançadas de mapeamento, georreferenciamento e tecnologia na topografia. Apaixonado por ensinar, Renato escreve artigos que descomplicam conceitos complexos e oferecem insights práticos para topógrafos, engenheiros e entusiastas da área. Seu objetivo é ajudar profissionais a alcançar excelência técnica e se manterem atualizados com as tendências do mercado.